Na correria da vida moderna, algumas mulheres conseguem se dividir entre a rotina intensa da maternidade e o empreendedorismo — e ainda manter vivos os vínculos afetivos dentro de casa. Esse é o caso de Juliana Leroiz, mãe de três filhos, empreendedora da área da beleza e estudante de Biomedicina.
Casada há 25 anos, Juliana é mãe de crianças de 7, 9 e 13 anos. Entre o atendimento às clientes e os estudos, ela divide o tempo com a rotina familiar. No espaço onde trabalha com saúde capilar — é tricologista com mais de 20 anos de experiência na área —, ela também istra um lar cheio de afeto e aprendizados diários.
O que mais lhe dá prazer na maternidade é a convivência com os filhos. “É o que me dá saúde para continuar. Existe uma troca nesse convívio. Eles entendem o que eu faço, reconhecem o cuidado que dou a eles e aos outros”, compartilha.
Juliana não terceiriza a criação dos filhos. Ela e o marido dividem as tarefas e participam ativamente da vida das crianças. Ainda assim, ite que o maior desafio é o tempo que a — e que não volta. “O de 13 anos já não beija igual ao de 9. O de 7 já não fala mais aquelas coisinhas erradas… Dá saudade. Às vezes, vem a culpa de pensar se a gente fez o suficiente”, avalia.
Essa culpa, para ela, também é cultural. A cobrança histórica que recai sobre as mães ainda pesa, mesmo em tempos em que tantas mulheres são protagonistas fora de casa também. “A gente cresceu com a visão da mãe que lava, cozinha, espera em casa. Mas o mundo mudou. Hoje, quantas mães empreendedoras existem?”, diz.
Juliana lembra da própria infância com nostalgia — a casa da avó sempre aberta, a mãe esperando com cheiro de bolo quente, o tempo mais simples. “Hoje, a gente precisa ligar para combinar uma visita. Os avós também trabalham. Na minha época, eu ia raspar a a de doce na hora que quisesse”, diz com um sorriso.
Com um olhar atento, ela percebe as mudanças na infância dos próprios filhos. Comenta sobre como o mundo digital alterou o comportamento das crianças — mais independentes, mas também mais distantes do contato real. “Hoje eles olham mais para telas do que para os nossos olhos. Tenho medo de deixar meu filho andar de bicicleta. Na minha época, a gente já tinha dedo quebrado com 7 anos”, relembra.
Para Juliana, a modernidade trouxe velocidade, mas tirou profundidade. “A gente se acostumou com tudo rápido, como no balcão do fast food. Mas o que é rápido não gera lembrança. E é nas lembranças que mora o amor.” Juliana é casada com André e mãe de Isac, Cecília e Asaf.
Confira a entrevista: